A vermicompostagem é o processo de transformar desperdícios orgânicos em composto de qualidade, com o auxílio da minhoca da sub-espécie Epígea, também conhecida como minhoca vermelha da Califórnia ou minhoca do estrume, e requerendo muito pouca manutenção.
As minhocas digerem, oxidam, mineralizam e transformam em húmus os materiais que atravessam o seu trato intestinal, produzindo o vermicomposto, rico em nutrientes, fauna microbiana e reguladores de crescimento vegetal. Diariamente, uma minhoca adulta irá ingerir metade do seu próprio peso em resíduos e microrganismos.
A temperatura ideal para um vermicompostor situa-se entre os 13ºC e 25ºC. Deve conter sempre alguma humidade e circulação de ar para permitir a respiração dos organismos.
Convém juntar terra (introduz diferentes microrganismos que ajudam à digestão das minhocas), matéria orgânica (palha, folhas) e ir colocando os resíduos orgânicos da cozinha ligeiramente apodrecidos. Usar cartão entre estas camadas ajuda muito ao arejamento.
É comum usar banheiras antigas que permitem que o líquido residual escorra pelo ralo enquanto ocorre o processo de decomposição. Esse líquido é um biofertilizante natural e um poderoso adubo que, diluído numa proporção de 1 litro para 10 litros de água, pode ser utilizado para regar plantas e hortícolas numa frequência quinzenal.
Quando não temos muito espaço disponível, também é comum utilizar caixas de plástico ou baldes empilháveis, devendo estes ser opacos para bloquear a luz. É necessário que as caixas sejam perfeitamente empilháveis, encaixando facilmente umas nas outras e com furos entre elas. Estes furos não devem ter saliências para não ferir as minhocas à sua passagem, e podem ter de 4 a 6 mm de diâmetro, permitindo às minhocas migrar e ao líquido escorrer para a caixa de baixo.
As duas caixas de cima são as digestoras, onde se colocam os resíduos orgânicos, e a de baixo é a coletora, onde se acumula o mesmo líquido residual.
Gráfico da Equipa Ecycle
Quando o vermicomposto estiver pronto e pretender retirá-lo, deves colocar borras de café ou resíduos orgânicos frescos num dos cantos do recipiente ou numa das caixas. As minhocas vão ser atraídas para este local permitindo a recolha do vermicomposto.
Não convém colocar carne, peixe, lacticínios, gorduras ou frutos ácidos.
Folhas secas. © Bluebudgie As banheiras são muito úteis para a produção de Vermicompostores. Além de facilitarem o acesso para manutenção, têm um ralo por onde sai o líquido do Vermicomposto. © Isabel Pinto Coelho
PROBLEMAS? SOLUÇÕES!
As minhocas acumulam-se nas camadas superiores do recipiente
Causa: excesso de água
Solução: adicione matéria seca, palha, folhas, e não adicione resíduos orgânicos da cozinha até que as minhocas dispersem.
As minhocas acumulam-se no fundo do minhocário
Causa: Por falta de água, procuram o local mais fresco e com mais humidade.
Solução: Borrife o composto com água até que, espremido o composto, o sinta húmido.
O vermicomposto está com um odor intenso e desagradável e/ou tem moscas
Causa: pouco arejamento e/ou comida em excesso
Solução: Não adicione mais resíduos orgânicos da cozinha, adicione matéria seca e revire o vermicomposto para arejar
Referências
confagri.pt
ecycle.com.br
Workshop ‘Agrofloresta e bosques comestíveis’ com Sílvia da Floresta da Aldeia do Vale – Projecto Agroecológico