Nomes comuns
Abrunheiro-bravo, Brunheiro, Cagoeiceiro-bravo, Ameixeira-brava, Ameixieira-brava, Ameixoeira-brava

Nome científico, sinonímia
Prunus spinosa L.

Família
Rosaceae

Descrição
O abrunho-bravo é um arbusto espontâneo que encontramos muitas vezes na paisagem da Península Ibérica, por tão bem se adaptar em solos calcários ou argilosos, e em climas com grandes amplitudes térmicas.

É tão comum dar por ele no início da Primavera, entre Março e Abril, altura em que floresce e se cobre de imensas flores brancas como se estivesse coberto de neve. Estas têm 5 pétalas, anteras vermelhas (20 a 25) e um estilete. Além de uma flor facilmente reconhecível, dá uma pequena baga menor que a ameixa e de cor azul-negra, e uma única semente fácil de germinar. O sabor dos abrunhos silvestres é mais azedo que os cultivados, e é exactamente pela resiliência deste arbusto que é muitas vezes usado como porta-enxertos para outros abrunhos ou ameixas.

Além de se encontrar frequentemente a delimitar fronteiras em sebes, caminhos, bosques, zonas ribeirinhas, é também um forte aliado na regeneração de terras degradadas e como proteção contra o vento e a erosão do solo.

É um arbusto caducifólio, ou seja, perde a sua folha no Inverno. Normalmente tem de 1 a 4 metros de altura, por vezes até 6 metros, com vários caules anegrados, de forma irregular, com ramagem densa e intrincada, ramos cobertos de espinhos e raminhos patentes pardoacinzentados em ângulo recto, curtos, geralmente terminados por um espinho rígido.

Quando lhe caem as flores, logo despontam as folhas, alternas, obovadas a oblogo-lanceoladas, com 2 a 4 cm de comprimento e 1 a 2 cm de largura, acuminadas, com a margem finamente serrada, simples, verde-escuras.

Distribuição geográfica
Comum em quase toda a Europa, (excepto as zonas nórdicas), Ásia central e África do Norte.

É frequente em toda a Península Ibérica, mas mais raro a sul.

Ciclo
Perene

Floração
Março a Abril.

Exposição solar
Planta de plena luz, (suporta o ensombramento, mas sofre uma forte baixa frutífera). Boa adaptação à seca.

Épocas de cultivo
Abril, Maio, Outubro e Novembro. Deve ser cultivada em clima ameno ou frio, com temperaturas entre 4°C e 25°C. É uma planta resistente a geadas e baixas temperaturas, mas também tolera bem a seca.

Reprodução
Propaga-se por semente, por mergulhia, ou por rebentões de raiz (pôlas), com uma longevidade entre 40 a 80 anos, por vezes mais.

Recolha e conservação da semente
Tirar ou consumir a polpa e deitar a semente à terra. É uma semente que tem uma alta taxa de germinação.

Uso alimentar
Frutos comestíveis com um sabor acre, característico, que deixa na boca um travo meio amargo doce, que se prolonga por imenso tempo. Com os frutos muito ricos em vitamina C, faz-se o pacharán, um licor de origem espanhola.

Uso medicinal
As flores contêm ácido cianídrico, bem como a casca e as folhas, utilizado em medicina devido às propriedades adstringentes.

Uso artesanal
A madeira, muito dura e resistente, castanho-avermelhada frequentemente listrada de cor-de-rosa, é pouco utilizada devido ao fraco diâmetro dos caules, no entanto pode-se confeccionar cabos de ferramenta, objectos torneados, bengalas e clubes de golfe, é também utilizada em trabalhos de embutido.

Auxiliar na horta
Apresenta um grande interesse ecológico para a fauna: insectos, aves, pequenos mamíferos alimentam-se do seu pólen, das suas folhas e dos seus frutos; oferece também uma excelente protecção dos ninhos contra os predadores. As densas sebes e moitas que a partir de Março são magníficas manchas brancas na paisagem, têm um efeito protector contra o vento e a erosão do solo.

Onde comprar
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https://www.planfor.pt/

Referências
https://jb.utad.pt/
https://naturdata.com/especie/Prunus-spinosa
http://jardimautoctone.blogspot.com/
http://www.arvoresearbustosdeportugal.com/